Outubro chegou. E com ele, aquele tom suave e poderoso que pinta o mundo de rosa — a cor da prevenção e esperança.

Como mulher ativista que sou desta causa, para mim em especial, faz-me todo o sentido dar a conhecer a origem, quais os objetivos, como um símbolo mudou o mundo, assim como o impacto que este movimento tem causado na comunidade em geral.
Celebrar e seguir, sim, com sentido, sempre!

Origem - O símbolo que se tornou uma bandeira

Foi na década de 1990, nos Estados Unidos, que o pink ribbon — o laço cor-de-rosa — foi criado pela Susan G. Komen da Breast Cancer Foundation. O seu objetivo era simples e profundo: chamar a atenção do mundo para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do cancro da mama.
O laço, inicialmente um pequeno símbolo, veio a transformar-se numa bandeira global. Conquistou corações, ruas, fachadas e políticas públicas. O movimento cresceu de tal forma que ultrapassou fronteiras, idiomas e culturas. Governos, instituições de saúde, empresas e figuras públicas uniram-se à causa, mostrando que o rosa podia salvar vidas. Um laço que simboliza consciência, prevenção, partilha e união. 

O Impacto maior  - Cuidar é Amor

Tenho acompanhado, ao longo dos anos, a forma como o Outubro Rosa se foi transformando — de um simples movimento simbólico para uma das campanhas de saúde pública mais reconhecidas em todo o mundo. 
Confesso que este mês tem um significado muito especial para mim. Adoro assistir à mobilização social que se ergue entre as pessoas, instituições e comunidades. É o mês em que se multiplicam as palestras, os rastreios gratuitos, as caminhadas solidárias, as partilhas de testemunhos e as ações comunitárias. Tudo com um propósito maior: despertar consciências, incentivar o diagnóstico precoce e lembrar, uma vez mais, que cuidar da nossa saúde é um ato de amor — por nós e por quem nos ama.

Falar para desmistificar e desmistificar para cuidar

Fui diagnosticada com cancro de mama em 2008, há 17 anos. Vivi na primeira pessoa o estigma, o silêncio, a dificuldade em se falar abertamente sobre o tema e o quase inexistente apoio de proximidade. Por tudo isso, e desde então, reconheço que o movimento do Outubro Rosa representou um marco na história da saúde feminina e na luta contra o estigma. Ajudou a quebrar o silêncio e a normalizar o diálogo sobre a doença. A abrir horizontes e a criar laços de suporte e de empatia. A provar que falar sobre cancro de mama é, acima de tudo, informar, educar e cuidar.

A Informação, o Compromisso e a Atenção salvam

Para além de ser o mês de campanha, o movimento rosa veio a mostrar (que se leia também, ensinar) a importância do compromisso da mulher para consigo própria. Como primeiro passo, estabelecer a prática regular da autopalpação — conhecer a morfologia da mama - para quando surgir algo de anormal, o segundo passo, o mais correto e responsável é o de procurar ajuda médica no imediato e sem qualquer tipo de preconceito. 

A Prevenção não se faz apenas com exames, faz-se também com Escuta, Empatia e Presença

Uma das minhas maiores lutas sempre foi a humanização na saúde. E é por isso que vejo no Outubro Rosa algo muito maior do que uma campanha: vejo uma transformação. Não mudou apenas o comportamento das mulheres — mudou também atitudes e relações. Desde a amiga que passou a incentivar mais, à mulher que passou a apoiar outra mulher, ao profissional de saúde que aprendeu a escutar com presença e a explicar com empatia.
Criaram-se pontes humanizadas e através delas aproximaram-se as comunidades. E o quanto me alegra testemunhar todas estas mudanças!

Porque cuidar da saúde é cuidar da vida, e a prevenção continua a ser a forma mais eficaz de garantir um futuro com mais consciência e uma maior taxa de sobrevivência, todos os anos faz-me muito sentido entrar no espírito deste movimento: vestir a camisola e criar dinâmicas de sensibilização e partilha. Mas não me fico por aí. Não deixo o rosa em outubro. Carrego-o comigo o ano inteiro, como quem leva no coração uma causa e uma cor que já fazem parte de quem sou.
E acredito que, tal como eu, muitas mulheres passaram a ter um calendário com um fundo rosa permanente — seu símbolo da consciência, do autocuidado e da esperança.

 

Uma reflexão que também carrego no meu coração.
No fim, o que realmente importa é o quanto fomos presença — na vida, nas causas e nos corações dos outros!

Com amparo, 
Sandra 💗

 

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